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Jul
14
2017

Plenária do Conad debate conjuntura e importância de construir propostas unitárias para barrar retirada de direitos

DA REDAÇÃO DA ADUFF

Avaliar a conjuntura e o papel do ANDES-SN na organização da categoria docente, avançar na reorganização da classe trabalhadora, na unidade de luta e pensar ações de enfrentamento às reformas trabalhista, da Previdência e ao governo de Michel Temer.  Esse foi o norte do debate realizado na Plenária do Tema I - 'Movimento Docente e Conjuntura', na noite do primeiro dia do 62º Conad.

Na plenária, foram apresentadas as oito contribuições ao debate que integram o Caderno de Textos do evento. O primeiro texto foi o da diretoria do ANDES-SN, apresentado pela presidente do Sindicato Nacional e professora da UFF, Eblin Farage. Intitulado “Movimento Docente e Conjuntura”, o documento defende a consígnia ‘Greve Geral para barrar as contrarreformas! Fora Temer! Não à política de conciliação de classes! Eleições diretas e gerais já, com novas regras!

“Quando escrevemos o texto, estávamos ainda na expectativa do dia 30 de junho. Infelizmente, o que assistimos foi a um desmonte por parte das burocracias sindicais, por cima, e uma desarticulação, pela base, de muitos atos. Muitas categorias sequer realizaram assembleias e pautaram a greve. Este sindicato e a nossa central sindical, a CSP-Conlutas, não fugiram da sua responsabilidade e mantiveram posição firma sobre a necessidade de construção da greve geral e de ampliar a mobilização e a unidade nas ruas, apesar de todas as nossas diferenças. Mas entendemos que não cabe só ao ANDES-SN ou à CSP-Conlutas a construção de uma greve geral neste país. E que o sucesso das greves e da mobilização efetiva da classe depende da construção da unidade. Mas nos parece que parte das entidades sindicais está optando por outros caminhos. Nosso chamado é pela manutenção da unidade nas ruas, para barrar as contrarreformas. E não de acordos por trás, com o governo ou com os empresários, para safar o seu quinhão”, afirmou a presidente do ANDES-SN, Eblin Farage.

Depois da apresentação dos textos, observadores e delegados puderam se inscrever. Diferente do que acontece nas demais plenárias, não há, no Tema 1, votação de Textos de Resolução (TRs). Os TRs serão apreciados em outras plenárias do Conad. O presidente da Aduff-SSind e delegado ao 62° Conad, Gustavo Gomes, foi um dos docentes que se inscreveu para o debate. "Remeter para as seções sindicais uma consulta sobre a atualização das consígnias que íriamos trabalhar neste Conad foi uma metodologia acertada, que estimula a pluralidade presente na base docente e possibilitou que a gente pudesse se encontrar, debater, divergir e construir propostas unitárias mais do que necessárias para enfrentarmos uma conjuntura tão adversa", ressaltou.

Em sua fala, Gustavo citou o retrocesso brutal que foi a aprovação da contrarreforma trabalhista sancionada nesta quinta (13) por Temer e os demais ataques do governo à classe trabalhadora. Para o presidente da Aduff-SSind, é tarefa deste Conad discutir a conjuntura e a correlação de forças entre trabalhadores e os que exploram a população e destroem os serviços públicos. "Os direitos trabalhistas foram rasgados, estamos diante da ameaça da PEC 287 da Reforma da Previdência, diante de ataques sistemáticos ao SUS e à educação pública. Não estamos lutando pelas reformas de base, pela reforma agrária, pela reforma sanitária e psiquiátrica, estamos lutando para barrar os ataques e os golpes à classe trabalhadora que estão em curso e se aprofundando", avaliou.

Sobre o debate específico de eleições gerais e diretas já, Gustavo trouxe à plenária o acúmulo das discussões realizadas nas assembleias gerais dos docentes da UFF. “Não estamos depositando esperança em candidaturas, mas também não é verdade dizer que tanto faz, no processo eleitoral, o presidente ser indicado por este Congresso corrupto ou por eleições diretas, pelo menos foi isso o que discutimos nas assembleias realizadas pela Aduff. Estamos num processo de denúncia de como estão sendo operados os ataques aos trabalhadores, sem democracia, sem consulta. Eles querem continuar implementando essa política, alheios à vontade popular. É nosso papel impedi-los. Fora Temer", defendeu, no plenário.

62° Conad

 

O Conad, que tem como tema "Avançar na unidade e reorganização da classe trabalhadora: em defesa da educação  pública e nenhum direito a menos" acontece em Niterói até domingo(16), no Teatro Popular Oscar Niemeyer e nos bloco O e P do campus do Gragoatá, na UFF. Setenta seções sindicais, 66 delegados e 166 observadores participam do evento sediado pela Aduff-SSind. Instância de debate e deliberação do Andes-SN, o 62° Conad tem como objetivo principal atualizar o plano de lutas do Sindicato Nacional, construído no último Congresso Nacional da categoria. 

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