Boicotados por algumas centrais sindicais, os protestos do dia 30 de junho não chegaram a se constituir propriamente numa greve geral, como em 28 de abril. Mas foram uma nova demonstração nacional expressiva de rejeição ao governo e a seus projetos
DA REDAÇÃO DA ADUFF
Na noite de sexta (30), dia nacional de greves e protestos contra as reformas da Previdência, Trabalhista e a Lei das Terceirizações, ato no Centro do Rio levou mais uma vez às ruas cariocas o grito de ‘Fora Temer’ e ‘Fora Pezão’. A manifestação unificada convocada pelas Centrais Sindicais se concentrou na Igreja da Candelária e percorreu a Avenida Presidente Vargas, até a Central. O trajeto original foi modificado no decorrer do ato, inicialmente previsto para terminar na Cinelândia.
Durante o dia, professores e estudantes da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) também realizaram ato em frente ao Palácio Guanabara, sede do governo do Estado, para protestar contra o atraso nos salários dos servidores estaduais e das bolsas estudantis e o congelamento das verbas de custeio da instituição estadual. A manifestação foi em passeata até o Largo do Machado. Na Candelária, a professora da Uerj e vice-presidente da regional Rio do ANDES-SN, Juliana Fiúza, defendeu a importância de estar nas ruas contra as reformas que vão destruir direitos dos trabalhadores.
“No caso do Rio de Janeiro, o governo do Estado está implementando a mesma política que Temer implementa no governo federal; teto de gastos,aumento da alíquota previdenciária. É um dia fundamental para estarmos juntos com todas as categorias chamando o ‘Fora Temer’ e ‘Fora Pezão’. Só derrubando esses governos vamos conseguir reverter essas medidas contrarreformistas. Fizemos um ato unificado importante no Rio e em todo o Brasil houve muitas ações de protestos e paralisações. Agora é continuar”, ressaltou a professora.
O 30 de junho também começou cedo em Niterói. Às 4h da manhã, professores da UFF participaram do ato do Fórum Sindical Popular em frente à estação das barcas, na praça Araribóia. Às 14h, percorreram a cidade dialogando com trabalhadores lojistas e a população. De lá, atravessaram para o Rio para participar do ato unificado. “Depois de um dia inteiro nas ruas, chegamos aqui, num ato muito significativo e representativo que mostrou que os trabalhadores seguirão firmes na oposição da retirada de direitos sociais. Se depender de nós, Temer terá muita dificuldade de seguir o cronograma para aprovar as reformas”, declarou, no ato, o presidente da Aduff-SSind e professor da UFF, Gustavo Gomes.
Por Lara Abib/ Fotos: Luiz Fernando Nabuco