"É uma iniciativa que veio para ficar. E fico muito feliz com a presença da diretoria da Aduff, com esse contato mais regular; precisamos trazer mais pessoas para o movimento docente", disse Diego Chabalgoity, professor do Departamento de Ciências Humanas da UFF em Santo Antônio de Pádua, ao comentar a visita do 'Sindicato Itinerante' na unidade. Durante o dia 8 de outubro, o motorista, a imprensa, a assessoria jurídica e a direção do sindicato – esta última representada por Maria Cecília Castro, docente do Coluni e presidente da Aduff; e por Raul Nunes, professor da Faculdade de Educação e secretário-geral do sindicato – estiveram no campus situado no Noroeste do Estado do Rio de Janeiro, para um momento de maior proximidade com a categoria docente.
Neste ano, a atividade já aconteceu nas unidades de Angra dos Reis, Campos dos Goytacazes, Volta Redonda, Rio das Ostras e Macaé. No próximo mês, a diretoria da seção sindical pretende ir ao campus da UFF em Friburgo.
Ao longo da tarde, a Aduff viabilizou uma 'banquinha' para a distribuição de brindes, como livros, caderneta e canetinha, além de convidar a comunidade do Infes (Instituto do Noroeste Fluminense de Educação Superior) a participar do "Plebiscito Popular por um Brasil mais Justo", aquele que pede o fim da escala 6x1 sem redução salarial. E a presidente da Aduff, Maria Cecília Castro, fez breve saudação aos docentes durante a reunião da unidade, convidando-os a se integrarem às mobilizações contra a Reforma Administrativa que está em curso no Congresso Nacional, tema que seria debatido na assembleia da categoria do dia 9 de outubro.

Como ocorreu nos outros campi da UFF, em Santo Antonio de Pádua também houve atendimento jurídico individualizado aos sindicalizados e às sindicalizadas, acolhendo dúvidas e solicitações. Após, a diretoria da Aduff participou de uma roda de conversa com docentes do Infes, quando ouviu relatos sobre a realidade daquele campus, que abordaram temas como auxílio transporte, aposentadoria, críticas à morosidade da CPPD (Comissão Permanente de Pessoal Docente) para a aprovação de progressões e promoções funcionais, além de algumas situações que caracterizam a realidade de quem está geograficamente distante de Niterói.
Segundo Fabio Pacheco Ferreira, coordenador a Licenciatura em Matemática, as questões que acontecem na UFF em Pádua dificilmente alcançam a UFF em Niterói. “Quando chegam, as pessoas talvez não tenham a real percepção, como é o caso do auxílio transporte. Aqui, temos problemas no horário do ônibus. E quando vínhamos com o próprio carro, tínhamos dificuldade para receber o auxílio”, relatou. “Quando o sindicato vem até aqui, consegue ter essa sensibilidade”, complementou o professor, lembrando que a viagem de Niterói a Santo Antônio de Pádua dura aproximadamente cinco horas.
"Foi sensacional vocês terem vindo e a gente agradece muito. É bom estarem presentes para sentir a realidade local", concordou Luciano de Medeiros, do Departamento de Ciências Exatas, Biológicas e da Terras (PEB). Ele elogiou o comprometimento dos e das servidoras públicas da unidade, tanto docentes quanto técnicos (as)administrativos (as), e dos trabalhadores e das trabalhadoras terceirizadas com as atividades na UFF em Pádua. Criticou o fato de a Universidade não atribuir, de acordo com a perspectiva dele, a mesma importância aos outros campi fora de sede que dedica à Niterói.

“A UFF cria regras que beneficiam Niterói e os outros campi que estão mais ao ‘interior’ ficam escanteados. Precisamos de bolsas, precisamos que os nossos projetos tenham o mesmo pé de igualdade que os projetos de Niterói”, reclamou. “Escrevi um projeto PIBID (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência) com um professor de Niterói. Ganhamos e não veio uma única bolsa para a UFF em Santo Antônio de Pádua. As vinte e quatro bolsas ficaram em Niterói! Na Matemática, duas professoras daqui e um professor de Niterói também escreveram e foram contemplados. Ganharam e, mais uma vez, as quarenta e oito bolsas ficaram em Niterói porque eles criam critérios para favorecê-los. Enfim, isso é um problema”, considerou Luciano, para quem o sindicato é relevante e tem que ter atuação junto à comunidade. "A Aduff tem que ser cada vez mais forte, mais presente, como vocês têm feito", complementou.
Docente da UFF há quase uma década, Maria Carmem Morais, do departamento de Ciências Biológicas, se filiou à Aduff durante a visita do Sindicato Itinerante, afirmando ter encontrado a oportunidade necessária para fazê-lo, pois a presença no Infes faz diferença na relação entre a categoria e a gestão. "A gente fica bastante distante, geograficamente, de Niterói. Então, geralmente, outras pessoas não conhecem a nossa situação em Pádua", disse ao reforçar a relevância da integração com a seção sindical.

A presidente da Aduff, Maria Cecília Castro, agradeceu a colaboração de alguns professores, em especial a de Román Goldenzweig e a de Alexsandra dos Santos Oliveira, ambos do Departamento de Ciências Humanas (PCH) e integrantes do Grupo de Trabalho em Multicampia e Fronteira da seção sindical, que foram essenciais para que o Sindicato Itinerante acontecesse em Santo Antônio de Pádua. Alexandra também integra o GTPCEGDS (Grupo de Trabalho de Política de Classe para as Questões Étnico-Raciais, de Gênero e Diversidade Sexual) e GTPE (Grupo de Trabalho de Política Educacional). “Sermos recebidos com tanto carinho também foi muito emblemático”, disse Cecília.
“Mencionaram a importância da presença da diretoria da Aduff no campus da UFF em Pádua, o que demonstra nossa aposta assertiva em construir um Sindicato Itinerante combatente, que dialogue com os docentes sobre a conjuntura, a realidade local, as questões que atravessam os professores e as professoras”, considerou a dirigente, que encerrou o dia de intensas atividades ao lado de Raul Nunes, secretário geral da Aduff, cumprimentando os e as estudantes que participavam da Semana de Pedagogia.
Da Redação da Aduff
Fotos: Alexandre Velden (exceto a de abertura da matéria)







