A Assembleia de Docentes da UFF foi realizada na tarde desta quinta-feira, dia 22 de maio, de forma descentralizada e simultânea. A mesa central esteve na sede do sindicato, em Niterói, com outros pontos nos campi de Angra dos Reis, Santo Antônio de Pádua, Nova Friburgo, Rio das Ostras, Campos dos Goytacazes e Volta Redonda.
A atividade foi conduzida pelo triunvirato da seção sindical: Maria Cecília Castro, docente do Colégio Universitário Geraldo Reis/Coluni e presidente da Aduff; Susana Maia, professora da UFF em Rio das Ostras e tesoureira da entidade; e Raul Nunes, professor da Faculdade de Educação e secretário-geral da seção sindical.
Além de um momento dedicado aos informes, a assembleia contou um debate sobre a conjuntura política, além de eleição da delegação da Aduff para o 68º Conselho do Andes-SN (Conad), que será realizado na cidade de Manaus (AM), entre os dias 11 e 13 de julho. Também foram eleitos os integrantes do Conselho Fiscal de 2025.
Conjuntura
Pela diretoria do sindicato, Raul Nunes pontuou algumas questões pertinentes ao cenário político e econômico nacional que reverberam na Universidade e nas condições de trabalho da categoria. Entre elas, mencionou a disposição do Congresso para prosseguir com a Reforma Administrativa, tema que preocupa e afeta negativamente o funcionalismo. Na noite de ontem (21), Hugo Motta (Republicanos) – presidente da Câmara dos Deputados – anunciou a criação de um Grupo de Trabalho para discutir o assunto. Raul Nunes criticou ainda o fato de o governo federal ter submetido à aprovação do Congresso Nacional o projeto de lei que reajusta os salários de várias categorias sem incluir alguns pontos firmados no acordo de greve (julho de 2024) com as técnicas e os técnico-administrativos em educação.
O dirigente sindical alertou ainda para a asfixia ao orçamento das Universidades, assunto abordado em reunião com representantes da reitoria da UFF, no dia 12 de maio, com a presença da Aduff-SSind, do Sintuff e do DCE-Fernando Santa Cruz. Na ocasião, a reitoria apontou preocupações com a questão financeira, agravada em razão do atraso na aprovação da Lei Orçamentária Anual e em função do Decreto nº 12.448, publicado pelo governo em 30 de abril deste ano, que impôs critérios mais restritivos para a liberação das cotas orçamentárias, inclusive as do Programa Nacional de Assistência Estudantil (PNAES).
Na avaliação da diretoria da Aduff, a reitoria foi bastante reticente em relação ao assunto, não apresentando a situação real da Universidade, e poupando o governo federal de críticas contundentes. A reitoria afirmou que a Universidade funcionará com apenas 1/18 do orçamento e que provavelmente terá um déficit mensal de R$400mil. Não quis, contudo, se comprometer a convocar audiência pública com os três segmentos para tratar o tema.
O assunto foi discutido pelos professores e pelas professoras, que criticaram a falta de transparência da reitoria em relação à publicização do orçamento da Universidade – o que envolve as despesas correntes, o contrato com empresas terceirizadas e a renegociação da dívida com a empresa de energia elétrica, por exemplo.
Assim, a assembleia aprovou alguns encaminhamentos: -convocar uma reunião com os três segmentos, com foco em uma futura audiência pública, a ser organizada por Aduff, Sintuff e DCE, para a qual se convidaria a reitoria; reivindicar, por meio da Lei de Acesso à Informação, a abertura do orçamento da Universidade; realizar uma campanha de mobilização, com elaboração de panfleto que esmiúce a questão financeira da UFF.
Outro tema abordado durante o ponto de pauta foi a preocupação com as manifestações fascistas no âmbito das Universidades, a exemplo de fatos recentes ocorridos na Universidade de Brasília e na própria UFF, quando pessoas ligadas à extrema-direita foram aos campi para provocar e agredir estudantes e trabalhadores e trabalhadoras. O assunto será novamente tratado em reunião do Conselho de Representantes, que vai acontecer no dia 26 de maio, às 14h, de forma híbrida. Houve ainda a sugestão de levar a temática para debate no Conselho do Andes-SN (Conad), que ocorrerá no segundo semestre.
Conad
A Assembleia elegeu a delegação da Aduff no 68º Conad, a saber: Maria Cecília Castro (delegada); Raul Nunes; Arley Costa; Susana Maia; Eblin Farage; Elizabeth Carla Barbosa; Sonia Lucio Rodrigues; Kênia Miranda; Isabella Pedroso; Adriana Barbosa; Alexsandra Oliveira e Nazira Camely (todos e todas observadores).
O evento ocorrerá na cidade de Manaus (AM), entre os dias 11 e 13 de julho, com o tema central: “Unificar as lutas anticapitalistas: contra o colapso socioambiental, em defesa da vida e da educação pública”. Instância de deliberação da categoria docente, o evento terá como anfitriã a Associação dos Docentes da Ufam (Adua-Seção Sindical do ANDES-SN).
O 68º Conad atualizará o plano de lutas gerais e dos setores do ANDES-SN, aprovados durante o 43º Congresso, realizado no início deste ano, em Vitória (ES). Deliberará sobre as questões organizativas e financeiras e ainda dará posse à nova gestão, a Chapa 1 - "ANDES-SN Pela Base: Diversidade e Lutas", que venceu recentemente a eleição para a próxima diretoria do biênio 2025-2027, com 43,61% dos votos válidos.
A participação da delegação da Aduff no 68º Conad está condicionada à presença no seminário interno, organizado pela seção sindical de docente das UFF, que discutirá o Caderno de Textos do evento. O seminário é aberto a todos os professores e a todas as professoras que quiserem contribuir com os debates.
Conselho Fiscal
A assembleia elegeu os representantes do Conselho Fiscal de 2025, cuja missão é analisar as contas do sindicato, auxiliando a diretoria da Aduff. Ele será constituído por Alessandra Genú; Wanderson Melo; Rodrigo Cazes (titulares) e por Arley Costa; José Antonio Sousa; Gelta Xavier (suplentes).
Da Redação da Aduff
