Mar
31
2025

Ato unificado levou para as ruas luta histórica em defesa da Educação e por democracia

Na sexta (28), Fórum dos Segmentos da Educação Pública do Estado do Rio de Janeiro (Feperj) realizou manifestação unificada no Centro do Rio na data em que há 57 anos, o estudante secundarista Edson Luís era assassinado pela ditadura empresarial-militar brasileira

Ato unificado levou para as ruas luta histórica em defesa da Educação e por democracia / Crédito SEPE-RJ

Edson Luís Presente! Ditadura Nunca Mais! Em defesa da Educação e da democracia, profissionais da Educação e estudantes secundaristas e universitários ocuparam as ruas do centro do Rio de Janeiro, em ato unificado convocado pelo Fórum dos Segmentos da Educação Pública do Estado do Rio de Janeiro (Feperj), do qual a Aduff-SSind faz parte.

Realizada na última sexta-feira (28), na data em que se completou 57 anos do assassinato do estudante secundarista Edson Luís, a manifestação destacou a importância da luta histórica em defesa da democracia e pela Educação, exigindo responsabilização dos golpistas de ontem e de hoje. A morte do jovem baleado por policias militares, em 1968, durante protestos no restaurante estudantil Calabouço, no Centro do Rio, deu início a protestos que desafiaram a repressão e levaram a ditadura a decretar o terrível AI-5.

Às vésperas de completar 61 anos do golpe empresarial militar de 1964 no país e após o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete se tornarem réus pelos crimes de golpe de Estado e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, a manifestação saiu da Candelária e foi até a Cinelândia cantando palavras de ordem como “Sem anistia e sem perdão, eu quero ver Bolsonaro na prisão!”.

E “que contradição, tem dinheiro para o Centrão, mas não tem para a Educação!”, numa referência às controversas e contestadas emendas parlamentares, que na previsão do Orçamento para 2025 vai abocanhar mais de R$ 50 bilhões dos cofres públicos.

Nos cartazes, protestos contra o desmonte e a asfixia financeira da educação básica e superior no Brasil, e em defesa de condições de trabalho e de estudo, na luta por valorização salarial, por climatização nas escolas, pelo Bilhete Único intermunicipal Universitário e Passe-Livre estudantil, contra o Novo Ensino Médio e por políticas de permanência e assistência estudantil.

O dia, que também foi marcado pela paralisação nas redes estadual e municipal do Rio de Janeiro, ainda foi de denúncia de que o Estado do Rio de Janeiro paga o pior salário do Brasil para seus professores, além de não cumprir a Lei do Piso Nacional do Magistério.

Nas falas, o lembrete de que a organização e a unidade de todos os setores que defendem a Educação e os serviços públicos são fundamentais para romper uma lógica de criminalização das lutas, barrar retrocessos e avançar no diálogo com a população sobre a importância de defender a democracia e os direitos sociais.

“Estamos aqui hoje para homenagear Edson Luís e Osvaldão, estudante do CEFET-RJ que também foi assassinado pela ditadura empresarial militar fascista. Estamos aqui para dizer que esses e outros companheiros não morreram em vão e que esse ato hoje é a prova disso (...). Queremos merenda de qualidade nas nossas escolas, mais verbas para a Educação. Não tem condição de o atual governo escolher essa política que privilegia os banqueiros e joga os estudantes na vala. Em toda universidade que a gente vai tem teto caindo, tem estudante sem bolsa, sem auxílio. Por isso a gente está aqui hoje, para dar continuidade a essa luta histórica, reivindicar nossos direitos e dizer menos verba para o centrão, mais verbas para a educação”, destacou Mariana Nepomuceno, do DCE do CEFET-RJ.

Presente no ato, o deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ), frisou que não há luta pelas liberdades democráticas sem as lutas concretas pelos direitos sociais.

“Não existe luta por democracia, se ela não estiver conectada com a luta em defesa da educação pública, se ela não tiver conectada com a luta dos estudantes para poderem ter seus direitos respeitados na rede federal, com a luta de professores e professoras contra a política de morte de Cláudio Castro e Eduardo Paes. Não dá pra falar sobre liberdades democráticas sem falar na luta contra a austeridade. Se mobilizar em defesa da Educação é uma necessidade que se impõe para que a gente possa ter um futuro diferente. (...) Essa luta permanente de vocês, estudantes, que dizem ontem, hoje e amanhã que não vão abaixar a cabeça contra aqueles que querem nos massacrar merece de cada um de nós um agradecimento profundo. Viva a luta dos estudantes, viva a luta dos professores e professoras!”, disse.

Diretora da Regional Rio do Andes-SN, Cláudia Piccinini também esteve no ato e saudou a unidade do movimento estudantil, sindical e de outras entidades que se organizam no Fórum dos Segmentos da Educação Pública do Estado do Rio de Janeiro, na luta em defesa da Educação Pública e dos serviços públicos. E alertou: “Vem aí ainda mais ataques com uma Reforma Administrativa por debaixo dos panos, que não se assume como reforma administrativa e que detona com os serviços públicos desse país. Estamos aqui na luta e vamos ampliar esse movimento, como sempre fizemos, porque só a luta vai nos levar a vitória”, finalizou.

Da Redação da Aduff | por Lara Abib

 

Ato unificado levou para as ruas luta histórica em defesa da Educação e por democracia / Crédito SEPE-RJ

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