Edson Luís Presente! Ditadura Nunca Mais! Em defesa da Educação e da democracia, profissionais da Educação e estudantes secundaristas e universitários ocuparam as ruas do centro do Rio de Janeiro, em ato unificado convocado pelo Fórum dos Segmentos da Educação Pública do Estado do Rio de Janeiro (Feperj), do qual a Aduff-SSind faz parte.
Realizada na última sexta-feira (28), na data em que se completou 57 anos do assassinato do estudante secundarista Edson Luís, a manifestação destacou a importância da luta histórica em defesa da democracia e pela Educação, exigindo responsabilização dos golpistas de ontem e de hoje. A morte do jovem baleado por policias militares, em 1968, durante protestos no restaurante estudantil Calabouço, no Centro do Rio, deu início a protestos que desafiaram a repressão e levaram a ditadura a decretar o terrível AI-5.
Às vésperas de completar 61 anos do golpe empresarial militar de 1964 no país e após o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete se tornarem réus pelos crimes de golpe de Estado e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, a manifestação saiu da Candelária e foi até a Cinelândia cantando palavras de ordem como “Sem anistia e sem perdão, eu quero ver Bolsonaro na prisão!”.
E “que contradição, tem dinheiro para o Centrão, mas não tem para a Educação!”, numa referência às controversas e contestadas emendas parlamentares, que na previsão do Orçamento para 2025 vai abocanhar mais de R$ 50 bilhões dos cofres públicos.
Nos cartazes, protestos contra o desmonte e a asfixia financeira da educação básica e superior no Brasil, e em defesa de condições de trabalho e de estudo, na luta por valorização salarial, por climatização nas escolas, pelo Bilhete Único intermunicipal Universitário e Passe-Livre estudantil, contra o Novo Ensino Médio e por políticas de permanência e assistência estudantil.
O dia, que também foi marcado pela paralisação nas redes estadual e municipal do Rio de Janeiro, ainda foi de denúncia de que o Estado do Rio de Janeiro paga o pior salário do Brasil para seus professores, além de não cumprir a Lei do Piso Nacional do Magistério.
Nas falas, o lembrete de que a organização e a unidade de todos os setores que defendem a Educação e os serviços públicos são fundamentais para romper uma lógica de criminalização das lutas, barrar retrocessos e avançar no diálogo com a população sobre a importância de defender a democracia e os direitos sociais.
“Estamos aqui hoje para homenagear Edson Luís e Osvaldão, estudante do CEFET-RJ que também foi assassinado pela ditadura empresarial militar fascista. Estamos aqui para dizer que esses e outros companheiros não morreram em vão e que esse ato hoje é a prova disso (...). Queremos merenda de qualidade nas nossas escolas, mais verbas para a Educação. Não tem condição de o atual governo escolher essa política que privilegia os banqueiros e joga os estudantes na vala. Em toda universidade que a gente vai tem teto caindo, tem estudante sem bolsa, sem auxílio. Por isso a gente está aqui hoje, para dar continuidade a essa luta histórica, reivindicar nossos direitos e dizer menos verba para o centrão, mais verbas para a educação”, destacou Mariana Nepomuceno, do DCE do CEFET-RJ.
Presente no ato, o deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ), frisou que não há luta pelas liberdades democráticas sem as lutas concretas pelos direitos sociais.
“Não existe luta por democracia, se ela não estiver conectada com a luta em defesa da educação pública, se ela não tiver conectada com a luta dos estudantes para poderem ter seus direitos respeitados na rede federal, com a luta de professores e professoras contra a política de morte de Cláudio Castro e Eduardo Paes. Não dá pra falar sobre liberdades democráticas sem falar na luta contra a austeridade. Se mobilizar em defesa da Educação é uma necessidade que se impõe para que a gente possa ter um futuro diferente. (...) Essa luta permanente de vocês, estudantes, que dizem ontem, hoje e amanhã que não vão abaixar a cabeça contra aqueles que querem nos massacrar merece de cada um de nós um agradecimento profundo. Viva a luta dos estudantes, viva a luta dos professores e professoras!”, disse.
Diretora da Regional Rio do Andes-SN, Cláudia Piccinini também esteve no ato e saudou a unidade do movimento estudantil, sindical e de outras entidades que se organizam no Fórum dos Segmentos da Educação Pública do Estado do Rio de Janeiro, na luta em defesa da Educação Pública e dos serviços públicos. E alertou: “Vem aí ainda mais ataques com uma Reforma Administrativa por debaixo dos panos, que não se assume como reforma administrativa e que detona com os serviços públicos desse país. Estamos aqui na luta e vamos ampliar esse movimento, como sempre fizemos, porque só a luta vai nos levar a vitória”, finalizou.
Da Redação da Aduff | por Lara Abib