Mar
18
2025

Após semana com atos no Rio, Brasília e outros estados, Jornada de Lutas prossegue pelo respeito a Acordos de Greve

Docentes participam da Jornada Nacional de Lutas do funcionalismo pelo cumprimento integral dos acordos de greve, que prossegue diante das incertezas sobre a votação do Orçamento e consequente atraso no pagamento do reajuste salarial. Aduff e Andes-SN atuam na organização dessa luta e reafirmam o convite à categoria para acompanhar e participar desse movimento. 

 

Início da manifestação no Rio, na Candelária Início da manifestação no Rio, na Candelária / Foto: Vanessa Lira/Aduff

Da Redação da Aduff

A jornada de lutas do funcionalismo federal pelo cumprimento dos acordos firmados com o governo em 2024 vai continuar nesta nesta segunda quinzena de março. A mobilização iniciada no dia 10 foi estendida porque a data prevista para a votação do projeto de Lei Orçamentária da União (LOA) de 2025 foi adiada. 

Ao longo da primeira semana da jornada de lutas, o relator da lei orçamentária anunciou que a votação deveria ficar para 18 e 19 de março. No entanto, não há nada certo quanto a isso. Até porque os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), devem estar ausentes do país: vão acompanhar o presidente Lula numa visita ao Japão. 

O reajuste salarial conquistado na greve só entrará nos contracheques, retroativo a janeiro, após a LOA aprovada. Por conta disso, foi esse o foco central das atividades transcorridas no Rio, Brasília e nos estados entre os dias 10 e 14 de março. O movimento organizado nacionalmente por dentro do fórum dos servidores federais (Fonasefe), no qual o Andes-SN participa da coordenação, também reivindica o cumprimento integral dos acordos, que incluem pontos que não dependem do orçamento.



Mobilização no Rio
 

O professor Raul Nunes, da direção da Aduff-SSind e da Faculdade de Educação da UFF, observa que o ato no Centro da cidade, em 11 de março, retomou a atuação do Fórum dos Servidores Públicos Federais no Rio de Janeiro e pode contribuir para a construção da luta em âmbito estadual.

O docente ressalta que motivo não falta para ir às ruas. “O Congresso sequestrou a LOA e entramos no terceiro mês de 2025 sem que o Orçamento tenha sido votado”, criticou, referindo-se à chantagem pelas emendas parlamentares. Raul menciona ainda que o governo federal não se empenha nem para aprovar o orçamento, nem para cumprir “pontos que não dependem do Orçamento”.

Professora aposentada da UFF e ex-dirigente da Aduff, Sonia Lúcio destacou a importância dessa movimentação inicial, que não apenas não deve parar, como buscar pautar o conjunto das demandas dos servidores. “É o que precisamos fazer para garantir o cumprimento do acordo de greve assinado no ano passado”, disse.

“As manifestações alertaram para o estado de abandono das universidades, institutos federais e hospitais”, disse a professora da UFF Gelta Xavier, defendendo que se enfrente o avanço das privatizações e exija atenção às pautas sem receio de, com isso, fortalecer a extrema direita. Para ela, é não ir às ruas que fortalece os setores reacionários.

Aduff na capital federal

Em Brasília, a professora Susana Maia, dirigente da Aduff e docente da UFF em Angra dos Reis, representou a seção sindical na ‘recepção’ a parlamentares no aeroporto e nos atos no Congresso e no Palácio do Planalto. Houve ainda visitas a gabinetes de deputados e senadores, seminário sobre o RJU, debate sobre a política fiscal e homenagem a Marielle Franco nos sete anos de assassinato da parlamentar e do motorista Andesson Gomes. Susana destacou o papel dessa conexão das mobilizações em todo o território nacional. “A jornada foi importante para dar visibilidade à nossa luta, em especial pela valorização das condições de trabalho e pela defesa da educação”, disse. 


Mobilização no aeroporto de Brasília no dia 11 de março, na chegada de parlamentares à capital federal - foto: Andes-SN 

Retomada 

As manifestações representam a retomada do movimento unificado do funcionalismo em 2025. “É importantíssimo a gente estar voltando à nossa organização e principalmente à mobilização de rua”, avaliou Claudia Piccinini, dirigente da Regional Rio do Andes-SN e professora da UFRJ, durante a manifestação no Rio. “Temos que construir com mais força essa unidade e também incluir os estudantes, que vão sentir na carne os cortes. Isso tudo tem que chegar às bases das categorias com força total para que haja mobilização”, defendeu.

A segunda semana começou com novas idas ao aeroporto e terá visitas a gabinetes de parlamentares. Também serão entregues ofícios aos ministérios cobrando o cumprimento dos acordos. Na quarta-feira (19), às 14 horas, um ato tentará incidir sobre os deputados e deputadas no Anexo II. Mesmo que improvável, é a data prevista para votação da LOA e a intenção é dar visibilidade à demanda da categoria na entrada da casa legislativa.

Em um cenário no qual, mais uma vez, o serviço público e os servidores estão sob a mira da restrição fiscal, a jornada vem demonstrando o quanto é necessário ampliar essa reação conjunta e organizada das categorias - quadro agravado pela recente quebra da obrigatoriedade de contratação pelo Regime Jurídico Único decidida pelo Supremo Tribunal Federal. “Seguimos mobilizadas e mobilizados e é importante levarmos esse debate para o conjunto da categoria”, defende a professora Susana Maia.

Da Redação da Aduff
Por Hélcio Lourenço Filho

Ato no Centro do Rio, no dia 11 de março, convocado pelo Fórum dos Serviços Públicos - Vanessa Lira/Aduff

 



Mobilização no Aeroporto em Brasília, nesta terça-feira, dia 18 de março. Pressão nesta semana terá também visita a gabinetes, ida aos ministérios e ato na Câmara.

Início da manifestação no Rio, na Candelária Início da manifestação no Rio, na Candelária / Foto: Vanessa Lira/Aduff

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