Da Redação da Aduff
Servidoras e servidores públicos federais preparam uma jornada de mobilizações para a semana seguinte a do Carnaval. A movimentação busca pressionar o governo federal e o Congresso Nacional pelo cumprimento de todos os pontos dos Acordos de Greve firmados no ano passado.
A Aduff-SSind e o Andes-Sindicato Nacional participam da organização dessa jornada, que terá manifestações em Brasília e nos estados - com paralisação em alguns setores. No Rio, um ato está sendo convocado pelo Fórum Unificado dos Serviços Públicos Federais para 11 de março, uma terça-feira, no Centro da cidade, com concentração a partir das 16 horas na Candelária.
A Diretoria da Aduff, que estará representada em Brasília e participará do ato no Rio, convida as professoras e professores da Universidade Federal Fluminense a irem à manifestação do dia 11 na Candelária.
Movimentação é nacional
Dirigente da Aduff, o professor Raul Nunes destaca que a construção dessa mobilização foi debatida e deliberada na recente reunião das Instituições Federais de Ensino Superior do Andes-SN, da qual a Aduff participou.
Busca pressionar o Congresso Nacional a aprovar a Lei Orçamentária Anual da União para 2025 e o governo federal a se empenhar por isso. Sem a LOA, o reajuste salarial previsto para janeiro pela medida provisória publicada pelo presidente Lula não entra nos contracheques.
“É um momento difícil de mobilização, com o Carnaval no meio, férias, recessos ou início de semestres [nas instituições federais]. Mas consideramos que é importante não deixar de pressionar os parlamentares e o governo nesse momento”, relata Raul. A votação do Orçamento tem previsão de acontecer, embora sem garantias disso, justamente na semana para a qual as entidades sindicais convocaram a jornada de mobilização.
Outras demandas
A jornada de protestos tem ainda outras motivações, além do reajuste. Há pontos dos acordos que não estão sendo cumpridos ou estão sendo cumpridos com morosidade ou parcialmente. Há ainda a rejeição ao viés cada vez mais neoliberal que o governo Lula vem assumindo.
Isso se reflete, por exemplo, na medida provisória que deveria se ater aos pontos acordados com o funcionalismo e que ainda terá que ser apreciada por deputados e senadores. Ela traz alterações infraconstitucionais nas relações de trabalho e nas carreiras consideradas prejudiciais às categorias pelas entidades sindicais. Notadamente as relacionadas a avaliações de desempenho. “É uma espécie de reforma administrativa por baixo dos panos”, diz Raul, reforçando a importância de participar das atividades para evitar não só que o cumprimento do Acordo de Greve siga se arrastando, como deter novas ameaças aos serviços públicos no Brasil.
Da Redação da Aduff
Por Hélcio Lourenço Filho