Jan
09
2025

Nota da Diretoria do Andes-SN em solidariedade ao povo Avá Guarani

O Sindicato Nacional se solidariza com o povo Avá-Guarani da Terra Indígena (TI) Tekoha Guasu Guavirá, que tem sido alvo de ações violentas de fazendeiros em virtude da disputa pelos territórios tradicionais. Diretoria da Aduff endossa nota de solidariedade

O ANDES-SN se solidariza com o povo Avá-Guarani e repudia a violência e os ataques que ela(e)s estão sofrendo na região de Guaíra, no oeste do Paraná, desde o dia 29 de dezembro de 2024, deixando ao menos seis indígenas ferida(o)s por disparos de armas de fogo e casas Avá-Guarani e vegetação queimadas.

Entendemos que o mais recente ataque é parte de um processo de genocídio dos povos originários e, por isso, vimos prestando apoios materiais e políticos às lutas contra ataques como o ocorrido em dezembro do ano passado. É importante que as seções sindicais e as Secretarias Regionais se somem a esta luta.

No ataque mais recente, na noite do dia 3 de janeiro, quatro Avá-Guarani ficaram feridos por tiros. No mesmo ataque, uma criança de 4 anos foi atingida na perna, um jovem foi alvejado nas costas, outro indígena também foi ferido na perna e um quarto Avá-Guarani foi atingido no maxilar por um disparo efetuado com munição de grosso calibre.

O governo federal enviou a Força Nacional para atuar e conter a violência, mas a sua atuação, além de ineficaz, é criticada pelos povos indígenas. As denúncias são relativizadas e não impedem os ataques desde a retomada da Terra Indígena Guasu Guavirá, em 2018, pelos Avá-Guarani.

Em nota Apib (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil), a CGY (Comissão Guarani Yvyrupa), a Arpin Sul (Articulação dos Povos Indígenas do Sul do Brasil), a Arpin Sudeste (Articulação dos Povos Indígenas do Sudeste) e o Cimi (Conselho Indigenista Missionário) denunciaram esses graves acontecimentos criminosos e a atuação do governo federal, além do governo do Paraná, que, inclusive incita a violência contra os povos indígenas.

A superação estruturante dessa situação de violência e violações contra os Avá- Guarani e outros povos indígenas só será alcançada com a continuidade e finalização do procedimento administrativo de demarcação da Terra Indígena Tekoha Guasu Guavirá e das outras que ainda não foram demarcadas. Para tanto, é necessário que os poderes Executivo e Judiciário do Estado brasileiro façam sua parte, considerando que a decisão sobre a validade do Marco Temporal está parada no Supremo Tribunal Federal. É necessário, também que o governo federal garanta os direitos e a proteção aos indígenas.

Basta de ataques! Não ao Marco temporal! Demarcação já!

Brasília (DF), 8 de janeiro de 2025.

Diretoria do ANDES – Sindicato Nacional

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