Noticias 2016

Sessão esvaziada derruba quórum e Reitoria impede que proposta seja votada; Tarcísio, diretor do Huap, foi um dos conselheiros que se retirou

DA REDAÇÃO DA ADUFF

A convocação ou não de audiências públicas para debater a crise do Hospital Universitário Antonio Pedro e a Ebserh foi motivo de polêmica, impasse e de uma manobra regimental que derrubou a sessão que transcorria no auditório da Geociências, na Praia Vermelha, em Niterói, e impediu que a proposta fosse levada a voto no Conselho Universitário (CUV) da UFF.

A sessão realizada na quarta-feira (24) foi suspensa pelo decano do CUV, professor Heitor, por volta das 11h20, após conferência de quórum solicitada pelo conselheiro Lenin Pires. Estava para ser votada a proposta apresentada pelo também conselheiro Pedro Rosa, dirigente do sindicato dos técnicos-administrativos (Sintuff) e defendida por outros integrantes do CUV, que se manifestaram favoráveis à convocação de audiências para que o debate pudesse ser aprofundado. A abertura de espaço para apresentação das diversas posições com relação ao tema também vem sendo defendida pela Aduff-SSind, pelos estudantes e por muitos setores da comunidade acadêmica.

Não havia nada em pauta que fosse além da realização e de incentivo ao debate em torno de soluções para a crise no Hospital Universitário Antonio Pedro (Huap). Mas a proposta causou polêmica. O conselheiro Alberto Di Sabbato, que integra a equipe da Reitoria, foi duas vezes à tribuna para defender que a decisão sobre convocar ou não fosse remetida às Câmaras Setoriais.

O diretor-geral do Huap já havia se retirado do CUV, sem externar publicamente justificativa para isso. Pouco antes, Tarcísio Rivello havia afirmado que o hospital poderia fechar caso não houvesse uma solução para o risco de perda de profissionais cujos contratos não poderiam mais ser renovados. Já ausente, foi substituído por sua suplente, favorável à realização do debate, a professora Verônica Fernandez, que recorreu à tribuna para indagar se poderia ser credenciada após a saída do titular.

O pedido de conferência de quórum, que acabou sendo feito nominalmente, porém, derrubou a sessão. Estavam presentes 45 conselheiros, quatro a menos do quórum mínimo regimental. À reportagem, o professor Lenin Pires disse ser ‘favorável ao debate’, mas argumentou que não concordaria em votar nada que não estivesse dentro do que determina o regimento. “Quem tem que decidir as coisas no Conselho são os conselheiros, simples assim”, disse. Alegou, ainda, que o clima de ‘animosidade’ não contribui para que as discussões avancem. Pouco antes de pedir a conferência de quórum, ele fizera um discurso enérgico defendendo o amplo debate na comunidade acadêmica sobre a “particularização” da universidade.

DA REDAÇÃO DA ADUFF-SSIND
A Secretaria Geral dos Conselhos Superiores disponibilizou na tarde desta terça-feira (23), a pauta da reunião do Conselho Universitário da UFF (confira aqui), que será realizada amanhã (24), às 9h, no auditório do Instituto de Geociências - Praia Vermelha. Embora não haja menção sobre a adesão do Hospital Universitário Antonio Pedro (HUAP) à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), consta na pauta uma série de doações de materiais de consumo realizada
pela Secretaria Municipal de Saúde, Ministério da Saúde, pela FAPERJ, entre outros, ao HUAP.
A Aduff-SSind convoca toda a comunidade acadêmica para participar da reunião e garantir a defesa do debate amplo e democrático sobre o Ebserh na Universidade Federal Fluminense.A Universidade Federal Fluminense (UFF) vive um momento particularmente decisivo para o futuro do Hospital Universitário Antonio Pedro. Os três segmentos da instituição acreditam ser possível buscar saídas na gestão pública para a crise do hospital-escola, ao invés de simplesmente transformar o Huap em uma filial da empresa pública de direito privado, abrindo o caminho para a privatização do hospital.

DA REDAÇÃO DA ADUFF

Por Niara Aureliano

Com espaço para exposição de opiniões contrárias e favoráveis à adesão aos serviços da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), o Instituto de Ciências Humanas e Filosofia (Ichf) realizou debate com docentes da universidade sobre a Ebserh no começo de noite da quinta-feira (18). A iniciativa do instituto é promover discussão sobre a empresa, já que a Reitoria não está realizando debates com a comunidade acadêmica sobre o tema.

Os docentes José Carlos Trugilho, diretor da Faculdade de Medicina, Selma Rodrigues Castilho, diretora da Faculdade de Farmácia e integrante do Conselho Deliberativo do Hospital Antônio Pedro (Huap), e Renata Vereza, docente de História e presidente da Aduff-SSind, discutiram algumas implicações e dúvidas sobre os serviços da empresa, pouco abordados nos fóruns institucionais da universidade.

Durante a discussão, Selma, que é membro do Conselho Deliberativo, disse que não havia recebido nenhum documento propositivo por parte da Reitoria ou da direção do Huap até 24h antes do processo de votação por e-mail convocado pelo diretor da unidade, Tarcísio Rivello. "Esse documento veio por e-mail, dando 24 horas para que todos os membros do Conselho Deliberativo se posicionassem por e-mail, dizendo se eram favoráveis ou contra", disse. A professora defendeu que se abram as discussões sobre a empresa, já que questões sobre o contrato e a perda de autonomia da universidade não estão claras para a comunidade acadêmica.

"Garantia de 100% de atendimento SUS, proibição de contratação de uma instituição privada de ensino, isso é uma intenção, e eu acho que a mais verdadeira possível por parte da nossa universidade. A minha dúvida é se um contrato pode ser maior que o que uma lei permite. Eu, leiga, não sei se um contrato tem essa força de, de fato, barrar, ele pode estar manifestando nossa intenção enquanto UFF, mas se isso é suficiente não tem como tecnicamente dizer pra vocês. Isso é uma coisa que me inquieta. Outra coisa que chama a atenção é que no documento se coloca que a garantia de controle social é através do Conselho Deliberativo, e aí qual é o meu questionamento: se o Conselho Deliberativo, enquanto o hospital definhava, não foi capaz de fazer a discussão desse hospital, que garantia ele me dá, numa negociação com uma empresa, que de fato vai representar os interesses da universidade?", questionou Selma.

‘Governo vai forçar a adesão’

Para o diretor da Faculdade de Medicina, que hoje se coloca favorável à adesão aos serviços da Ebserh, a empresa, criada durante o governo Lula, é uma política de estado e “o governo vai empurrar isso garganta abaixo da gente”. Reconhecendo que aprovar a Ebserh interessa ao governo federal e ao próximo governante do país, ele admite que a adesão à empresa é uma maneira de precarizar as condições de trabalho e diminuir os direitos trabalhistas dos servidores públicos da saúde, passando de estatutários para celetistas, além de abrir a possibilidade de privatização dos serviços públicos.  “No contrato tem 100% SUS, mas será? É uma dúvida, gente”, apontou.

Para o médico, a preocupação é a queda visível na qualidade de ensino devido aos cortes de verba promovidos pelo governo federal. “A única coisa que eu estou batendo nessa mesma tecla é da dificuldade que hoje se tem para o ensino da graduação, pós-graduação e residência médica... Não vejo solução outra e eu acho que quando você vê o seu estudante, as pessoas que vão sendo atendidas, você fica assim: ‘eu não tenho opção, eu vou ter que votar a favor’. E por isso, nesse momento, pensando em todas essas pessoas, eu votaria a favor. É um contraditório? É lógico que sim e é isso que a gente tem que discutir e pensar:  o que vai acontecer se a gente opta em não assinar? Acho que seria progressivo, bastante ideal, que a gente fizesse um plebiscito, todas as pessoas votassem conscientes disso, mas pra que as pessoas tivessem consciência disso, uma coisa não está acontecendo, é a discussão que está acontecendo aqui agora”, finalizou o professor, criticando a postura da Reitoria.

‘Sem garantias’

Já para a professora Renata Vereza, “é inconstitucional o governo atuar dessa forma no sistema de saúde”. Ela teme que os problemas que o Huap enfrenta hoje se mantenham enquanto o hospital estiver sob o comando da Ebserh, salientando que o conselho da Ebserh não é formado por nenhum funcionário público, mas por indicações políticas. “A direção da Ebserh, a direção do conselho administrativo, a direção do conselho deliberativo, a direção do conselho de ética da Ebserh, é toda formada por pessoas indicadas pelo ministério, ou seja, são todos cargos políticos. A gente não tem a menor garantia que o dinheiro do SUS que vai passar por ali vai ser de fato, honestamente, encaminhado para as unidades de saúde. A Petrobrás está aí, o Brasil tem mais casos que mostram para gente que ‘não’ do que ‘sim’. Então, a gente tem muita preocupação com o encaminhamento disso”.

A presidente da Aduff-SSind também salientou que o contrato permite que a Ebserh preste serviço a outras instituições de ensino e saúde. “O contrato dura 20 anos. Eu sei que [a situação do hospital] está prejudicando alunos agora, eu sei que é ruim, que o governo está fazendo chantagem, é óbvio que existe um problema. Mas eu acho que isso pode prejudicar uma geração, todo mundo que trabalha na área de saúde”, concluiu.

Na noite desta terça-feira (23), às 18h, a Aduff-SSind,o Sintuff e a Oposição do DCE-UFF realizam, no pilotis do Bloco A (no campus do Gragoatá), debate sobre a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), com a participação de técnicos-administrativos da UFPR e da UNB, universidades que já assinaram contrato de cessão de seus hospitais universitários para a empresa pública de direito privado, e da Executiva Nacional dos Estudantes de Medicina.

A Universidade Federal Fluminense (UFF) vive um momento particularmente decisivo para o futuro do Hospital Universitário Antonio Pedro. Os três segmentos da instituição acreditam ser possível buscar saídas na gestão pública para a crise do hospital-escola, ao invés de simplesmente transformar o Huap em uma filial da Ebserh, abrindo o caminho para a privatização do hospital.

A comunidade acadêmica da UFF defende que haja ampla discussão sobre o assunto e consulta real aos setores da universidade antes de qualquer decisão e, por isso, convoca todos a participarem do debate na noite desta terça-feira.

Conselho Universitário se reúne na quarta (24)

Está agendada para o dia seguinte ao debate, na manhã da quarta-feira (24), reunião do Conselho Universitário (CUV) da UFF. Embora ainda não haja confirmação de que Ebserh estará na pauta da reunião, é importante a presença de toda a comunidade acadêmica para garantir a defesa do debate amplo e democrático sobre o assunto na Universidade Federal Fluminense. A reunião do Conselho Universitário da UFF está marcada para às 9h, no auditório da Geociências, no campus da Praia Vermelha, em Niterói.

DA REDAÇÃO DA ADUFF

Por Aline Pereira

Na tarde dessa quinta (18), docentes reunidos em assembleia da categoria aprovaram os nomes dos membros da Comissão Eleitoral que conduzirá, no âmbito da Universidade Federal Fluminense, o processo de sucessão à direção nacional do Andes-SN. Na mesma ocasião, entre os dias 10 e 12 de maio, também serão procedidas as votações para a nova diretoria da Aduff-SSind e dos integrantes do Conselho de Representantes da entidade, este último composto por um titular e um suplente de cada unidade da UFF. Todos os eleitos estarão à frente de seus cargos para o biênio 2016/2018.

A mesma Comissão Eleitoral se responsabilizará tanto pela votação local quanto pela nacional – que já conta com a chapa “Unidade na Luta”, única inscrita durante o 35ºCongresso do Andes-SN, realizado em janeiro desse ano, em Curitiba. À frente da chapa “Unidade na Luta”, estão a professora Eblin Farage (UFF), candidata a presidente; e os professores Alexandre Galvão, da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb), candidato a secretário-geral; e Amauri Fragoso de Medeiros, da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), candidato a tesoureiro do Andes-SN.

A Comissão Eleitoral dos docentes da UFF será constituída por cinco professores, sendo três titulares e dois suplentes. Os titulares foram nomeados seguindo os critérios adotados pelo regimento do Andes-SN, tomado como base pela assembleia dos professores da UFF. A primeira indicação foi feita, conforme a norma regimental, pela diretoria da Aduff-SSind; o segundo nome foi recomendado pela chapa “Unidade na Luta”; e o terceiro titular foi escolhido pela plenária. São eles, respectivamente: Elizabeth Barbosa (Puro), José Raphael Bokehi (Ciência da Computação), e Wanderson Melo (Puro).

Nos próximos dias, a Comissão irá se reunir para definir o Regimento Eleitoral, que será, posteriormente, divulgado.

A diretoria da Aduff-SSind convoca para assembleia geral dos docentes da UFF, na próxima quinta-feira (18), às 15h, no Auditório da Economia (Bloco F) - campus do Gragoatá. Em pauta: 1- Informes 2- Processo eleitoral da Aduff-SSind (Diretoria e Conselho de Representantes) 3- Outros assuntos

Participe!

DA REDAÇÃO DA ADUFF

Por Niara Aureliano
Fotos: Luiz Fernando Nabuco/Aduff-SSind
Em ato na última quarta-feira (3), cerca de 4 mil servidores públicos estaduais contestaram as medidas econômicas apresentadas pelo governo Pezão (PMDB), na terça (2), para sanar a dívida pública do Rio de Janeiro. Acusando o governo de manter a política de benefício aos grandes empresários em detrimento dos servidores estaduais, eles exigiram a realização de uma auditoria da dívida pública do estado. Ato, que teve concentração em frente à Alerj, foi convocado pelo Movimento Unificado dos Servidores Públicos Estaduais (Muspe).
Aos gritos de 'Fora Pezão', os servidores rejeitaram as medidas apresentadas pelo governo para sanar o rombo nas contas do estado, que incluem a elevação da contribuição dos servidores estaduais de 11% para 14% na Previdência, e cotização do Rio Previdência para cobertura do déficit, e denunciaram o desmonte do serviço público estadual, a mudança no calendário do pagamento dos servidores - que gerou atrasos e prejuízos aos trabalhadores, o corte do orçamento da saúde e da educação, além do não-pagamento dos trabalhadores terceirizados. O governo também quer revisar as aposentadorias dos servidores.
Com os cortes no orçamento do estado promovidos pelo governador desde 2015, a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e seu Hospital Universitário Pedro Ernesto (Hupe) sofrem com o desmonte e os ataques aos servidores e estudantes, por falta de repasse de verbas. Para o docente da Faculdade de Serviço Social, Felipe Demier, a Uerj é "uma universidade em frangalhos, por culpa exclusiva do governo estadual e da antiga reitoria, que lhe deu total suporte". Segundo o docente, professores temporários estariam sem receber há meses, além da situação já conhecida dos trabalhadores terceirizados, contratados por empresas prestadoras de serviço, que também ficaram por meses sem receber os salários,recebendo seus benefícios (como vale-alimentação) pela metade.
Para Felipe, o governo continua optando por destinar parte das verbas do estado para o capital, como garantir isenções fiscais a grandes empresas e pagamentos - referindo-se ao pagamento da conta de luz da Supervia. "Como disse o Celso Furtado, 'toda política econômica é mais política que econômica', é uma opção que se faz pra onde vão parcelas significativas do fundo público do orçamento estadual... A Uerj é uma universidade com caráter muito popular, plebeu, a primeira universidade brasileira com a política de cotas, e hoje o que se verifica é: no que diz respeito às instalações físicas, a universidade está muito deteriorada; no que diz respeito ao pessoal, à força de trabalho, ela vem sendo vítima de inúmeros ataques e até de humilhações, como a situação dos professores concursados que ficaram recebendo seu 13º salário parcelado e agora com uma política de atrasos nos salários, decidida a bel prazer do governador", comentou.
Perciliana Rodrigues, servidora do Hupe, participa da mobilização para salvar o hospital universitário, que corre risco de ser fechado. Frente a uma série de atividades em defesa do Hupe, a servidora alega que há "um aprofundamento brutal de ataques, em uma ação combinada com o governo municipal, de corte de financiamento do hospital", devido a falta de repasse do financiamento de verba do sus. Para ela, está ocorrendo um estrangulamento do funcionamento hospitalar e é necessário que haja repasse da verba do orçamento - cortadas desde outubro de 2015 - com integralização do orçamento do hospital via universidade e o repasse das verbas estaduais e municipais para salvar o Hupe. "A secretaria de saúde está anunciando um conselho de gestão, uma gestão administrativa pro hospital, que no nosso entendimento não é bom, a gente não vai aceitar, porque o objetivo maior do governo é abrir caminho pra OSs [Organizações Sociais] ou pra Ebserh na universidade", alertou.
Comentando o caos na saúde estadual, a servidora da saúde, Maristela Faria, condenou o descaso do governo do PMDB para com a saúde estadual e a entrega de hospitais estaduais ao município. Apontando que todo segmento da saúde está um caos, ela afirmou: "o município não gerencia a saúde melhor do que o estado... Tem muito mais OSs gerenciando esses hospitais do município. Nesse processo de corrupção, de roubo das OSs, de 10 OSs envolvidas nesse processo de corrupção, oito estão gerenciando hospitais do município". Para ela, há a implementação de um processo privatista com a municipalização dos hospitais. "Já tinha um privatizado, que foi o Pedro II, que sofreu um incêndio mentiroso, e depois do incêndio eles entregaram pro município, e agora vão entregar o Rocha Faria, que é em Campo Grande, e o Albert Schweitzer, que é em Realengo. Por que estão entregando os hospitais pro município se o município não administra melhor?", questionou.
O ato seguiu até a Cinelândia. O Muspe deve se reunir para definir o próximo passo da mobilização dos servidores.
DA REDAÇÃO DA ADUFF
Por Niara Aureliano
Fotos: Luiz Fernando Nabuco/Aduff-SSind
Mais de 80 pessoas participaram do Sarau de Verão - O encontro de Palas Atena com Iemanjá, no dia 2 de fevereiro, no gramado da Biblioteca Central do Gragoatá. O evento, que correu noite a dentro, contou com apresentações musicais, declamação de poesias e leitura dramatizada do texto "Revolução na América do Sul", do dramaturgo brasileiro, Augusto Boal, falecido em 2009.
Apoiado por docentes da Aduff/SSind, a iniciativa chamou a atenção dos transeuntes devido às grandes cirandas, cânticos e piquenique realizados no gramado. Os organizadores não esperavam que o evento cultural fosse tão cheio - e se surpreenderam com o resultado.
Para o estudante Ricardo Gonçalves, que nunca tinha visto algo parecido na UFF, a iniciativa de alguns docentes em realizar o Sarau promoveu um encontro entre segmentos da universidade, com muita arte e cultura. "Além de ter um caráter que acaba agregando os estudantes, faz com que pessoas de fora da universidade venham e comecem a ocupar espaços na universidade também. De um modo geral, acho que o ensino às vezes se torna uma coisa muito técnica, objetiva, e acaba se perdendo a importância desses espaços lúdicos assim, porque eles também são importantes pra construção do sujeito. É a primeira vez que eu vejo esse Sarau e eu acho muito válido", afirmou o estudante de desenho industrial.

DO ANDES-SN

Após a divulgação do veto da Dilma Rousseff à realização da auditoria da dívida pública com participação popular, emenda prevista no Plano Plurianual (PPA) e encaminhada pelo Congresso para sanção da presidência, a Auditoria Cidadã da Dívida iniciou uma campanha no mês de janeiro para a derrubada do veto, que volta à Câmara dos Deputados, onde os parlamentares decidirão se auditam ou não a dívida que consome quase metade do orçamento do país.

A Auditoria Cidadã da Dívida, da qual o ANDES-SN é colaborador, é uma associação sem fins lucrativos, que luta há 16 anos pela auditoria das dívidas públicas brasileira, interna e externa, federal, estaduais e municipais, prevista na Constituição Federal de 1988, e até hoje não cumprida. Na página eletrônica da associação (www.auditoriacidada.org.br/derrubaoveto) é possível aderir ao abaixo-assinado em defesa da causa. Até esta quarta-feira (3), a campanha conta com o apoio registrado de 3.669 pessoas, das quais 113 deputados e 25 senadores. São necessários, porém, 257 votos na Câmara e 41 no Senado para a derrubada do veto presidencial.

Durante o 35º Congresso do ANDES-SN, realizado entre os dias 25 a 30 de janeiro em Curitiba (PR), os delegados deliberaram pela continuidade da participação do Sindicato Nacional na Campanha Nacional pela Auditoria da Dívida Pública, denunciando o veto da presidência.

Dívida pública

O gasto com juros e amortizações da dívida pública federal atingiu até o início do mês de dezembro de 2015 o valor de R$ 958 bilhões, dos quais grande parte decorre de cobertura de gastos feitos pelo Banco Central com, por exemplo, Operações de Mercado Aberto e de Swap Cambial, da ordem de centenas de bilhões de reais. Segundo a Auditoria Cidadã da Dívida, falta uma maior transparência e discussão com a sociedade sobre a real necessidade das altíssimas taxas de juros, responsáveis pelo crescimento da dívida pública e pelo expressivo aumento dos gastos do Tesouro com a dívida.

A auditoria da dívida pública com participação de entidades da sociedade civil, no âmbito do Ministério da Fazenda, havia sido incluída no Plano Plurianual (PPA 2016-2019) por meio de emenda do deputado federal Edmilson Rodrigues (PSOL/PA), acatada pela Comissão de Finanças e Tributação, que é o principal órgão colegiado da Câmara dos Deputados sobre o orçamento público. Em sua justificativa para o veto, o governo disse que a auditoria poderia resultar em confronto com o pacto federativo, pois também atingiria estados e municípios, e que a gestão da dívida pública já é realizada de maneira transparente pela Secretaria do Tesouro Nacional e pelo Banco Central.

Para a associação, tais justificativas não se sustentam, pois a dívida dos entes federados está profundamente relacionada com o governo federal, sendo que este último é justamente quem cobra a maioria destas dívidas, que precisam ser urgentemente auditada, e tem causado sérios danos às finanças de estados e municípios. “O problema é que nosso passivo é imenso e não se veem as razões para termos chegado a isso, os investimentos realizados. O que existe é um sistema da dívida, que nos faz ficar constantemente atolados”, afirma a Maria Lucia Fattorelli, coordenadora nacional da Auditoria Cidadã da Dívida e auditora aposentada da Receita Federal, em entrevista ao jornal Correio Braziliense.

Participe
Cidadãos de todo o Brasil podem participar da campanha #DerrubaoVeto. Basta acessar o site da campanha, fazer a assinatura de apoio e contatar os parlamentares via telefone, e-mail e/ou carta, exigindo seus votos para a derrubada do veto à auditoria da dívida pública com participação social. A lista completa com todos os contatos dos parlamentares está disponível também no site da campanha.

Com informações do Correio Braziliense

Concentração para manifestação unificada dos servidores está prevista para começar às 15h, na Alerj, no Centro do Rio

DA REDAÇÃO DA ADUFF

Servidores públicos estaduais fazem, nesta quarta-feira (3), ato no Centro do Rio para contestar o 'ajuste fiscal' que está sendo imposto pelo governador Luiz Fernando Pezão (PMDB). As medidas adotadas pelo governo vêm levando a atrasos de salários e a cortes nos orçamentos da educação e da saúde. A manifestação acontecerá 24 horas após o governador entregar ao Legislativo o projeto de lei que cria a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) no âmbito estadual e prevê ajustes da ordem de R$ 13,5 bilhões. A proposta traz ataques ao funcionalismo e ao sistema previdenciário da categoria.

A concentração para o ato está prevista para as 15 horas, em frente à Assembleia Legislativa (Alerj), no Centro do Rio. As reivindicações do ato conjunto incluem a revogação dos cortes no orçamento, a defesa dos direitos previdenciários ameaçados por nova reforma, fim das isenções fiscais a grandes empresas, reversão da privatização de hospitais por meio de organizações sociais ou outros modelos, concurso público pelo regime estatutário e pagamento de salários e benefícios em dia de trabalhadores do quadro efetivo e terceirizados.

A Aduff-SSind apoia a luta dos servidores estaduais e convida os docentes a também participar da atividade.

DA REDAÇÃO DA ADUFF

Apoiado pela Aduff-SSind, o 'Sarau de Verão - O encontro de Palas Atena com Iemanjá' chegou a reunir mais de 80 pessoas e transformou o gramado da Biblioteca Central do Gragoatá em um espaço lúdico e cheio de arte no fim de tarde desta terça-feira (2).

Com muita poesia, música e até leitura dramatizada do texto "Revolução na América do Sul", do dramaturgo que revolucionou o teatro brasileiro, Augusto Boal, falecido em 2009, os presentes também confraternizaram com cirandas e piquenique. O primeiro sarau aconteceu durante a greve dos docentes, no ano passado.

A iniciativa pretende ocupar os espaços da universidade com arte e cultura, aproximando as relações entre a comunidade universitária.

Manifestação será em unidade com os trabalhadores do serviço público estadual, que fazem paralisação nesta quarta-feira (3), contra os atrasos de salários e ataques ao funcionalismo público promovidos pelo Governo Pezão (PMDB)

DA REDAÇÃO DA ADUFF

Fotos: Terceiro ato contra aumento da tarifa leva 400 ao Centro do Rio - créditos: Luiz Fernando Nabuco/Aduff

Em ato unitário com os servidores estaduais do Rio de Janeiro, que farão paralisação em todo estado nesta quarta (3), ativistas convocam população para se juntar ao quarto ato contra o aumento das passagens no Rio, com concentração às 15h na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Manifestação foi deliberada na última plenária do movimento, realizada no dia 28 de janeiro.

Apontando que as manifestações não pararão de acontecer até que o reajuste das tarifas seja derrubado, plenária deliberou série de atividades para o mês de fevereiro. Confira o calendário de atividades do movimento: no dia 15 de fevereiro, às 16h na Central do Brasil, o movimento convoca uma panfletagem para mobilizar para o quinto ato contra o aumento das tarifas, que será dia 16 de fevereiro, com concentração na Candelária, às 17h; dia 17 de fevereiro, haverá plenária unificada com os servidores para definir os próximos passos do movimento, mas ainda sem local e horário definidos.

Aduff-SSind e os setores da comunidade acadêmica que contestam a transformação do Huap em filial da Ebserh defendem debates amplos, democráticos e plurais abertos a estudantes, professores, técnicos-administrativos e à população atendida pelo SUS

DA REDAÇÃO DA ADUFF

A liminar da Justiça Federal que anula o valor formal e legal da consulta por email sobre a cessão do Hospital Universitário Antonio Pedro à Ebserh não proíbe debates sobre o assunto. Tampouco cerceia decisões consonantes com o regimento do Conselho Deliberativo da unidade ou do Conselho Universitário (CUV).

A ação judicial foi movida pelo Jurídico da Aduff-SSind por solicitação de um grupo de conselheiros, contrariados com a decisão da direção do hospital de definir a adesão ou não à Ebserh por votação eletrônica. Esse mecanismo não está previsto no regimento interno do conselho e nem foi objeto de quaisquer debates nas sessões do CD do Huap.

A Aduff-SSind, diretórios acadêmicos e coletivos de estudantes e o sindicato dos técnicos-administrativos vêm defendendo a realização de debates amplos, plurais e públicos sobre o tema. Que transcorram não só em torno da possível adesão a essa empresa, mas da busca de saídas e alternativas que considerem a valorização da gestão pública e do servidor. Essa cobrança dos sindicatos se intensificou a partir do anunciado agravamento da crise no hospital, no final do ano passado, e da nítida investida da Reitoria a favor da Ebserh.

A decisão do juiz José Carlos da Silva Garcia, da 5ª Vara Federal de Niterói, não deixa dúvidas que a desconsideração da votação irregular por email não significa quaisquer cerceamentos ao debate e ao funcionamento dos conselhos. “Está caracterizada nos autos da realização de votação eletrônica via e-mail que, ao menos em juízo preliminar, não parece contemplada no Regimento Interno, de acordo com o que consta de fls. 33 a 38 dos autos, do qual se depreende, em princípio, a necessidade de reuniões presenciais dos seus membros, com quóruns de instalação e deliberação (arts. 10, § 3.°, e 11)”, diz trecho inicial da decisão do juiz, que ressalta que a conclusão sobre isso só será possível após o domínio de mais informações do caso pelo juízo. Contudo, o magistrado decidiu, por precaução, pela suspensão dos efeitos da decisão do Conselho Deliberativo do Huap, tomada por via digital. “A presente liminar não implica qualquer limitação ao exercício regular das competências e poderes do Conselho Universitário da UFF: cuida-se apenas de, ao menos por ora, indicar-se àquele Colegiado Superior que, aparentemente e nos limites próprios do exame da liminar requerida, a deliberação tomada pelo colegiado do Huap não atenderia às exigências formais do seu regimento, e que, ainda que possa informalmente demonstrar uma razoável maioria em sua composição favorável a tal contratação, esta maioria não deve, até o presente momento, ser tomada como se formal e válida fosse”, prossegue.

Defesa da democracia na UFF

A tentativa da direção do Huap e da Reitoria de aprovar a transformação do hospital universitário em uma filial da empresa estatal de direito privado pela internet ou por meio de uma reunião fora das dependências da universidade e de portas fechadas desagradou não apenas às direções sindicais e estudantis. A rejeição a esses mecanismos ecoou na universidade e ampliou o movimento, no qual ganhou, é natural, um peso maior a defesa da democracia interna na UFF.

A Reitoria e a direção do Huap, no entanto, tentam, já há algum tempo, fomentar o que seria uma ‘guerra de informações e versões’ dentro da UFF – embora fujam de qualquer debate ao vivo e transparente. Com frequência, fazem referências pejorativas às entidades sindicais, tentando associá-las a movimentos violentos e antidemocráticos.

É o que se observa, por exemplo, em nota recente assinada por um grupo de integrantes do Conselho Deliberativo do Huap, entre eles Tarcísio Rivello, diretor-geral do hospital há mais de dez anos, e prontamente divulgado no site oficial da UFF pela Reitoria. A nota reproduz a ideia de que o funcionamento dos conselhos estaria sendo cerceado e, consequentemente, a democracia. O curioso é que omite a decisão judicial, que diz o contrário, e não faz referências ao fato de que até o momento a Reitoria ou a direção do hospital não possui um único exemplo de debate ou audiência pública convocada por eles, com espaço para posições divergentes se expressarem. Posições e visões diferentes que existem inclusive dentro desses conselhos.

Em algumas palestras direcionadas a grupos específicos e não divulgadas previamente, a Reitoria ou a direção do Huap abriram espaço para o presidente da Ebserh, que não pertence aos quadros da universidade, ‘vender’ as qualidades de sua empresa, mas não o faz para quem tem outra percepção e análise do assunto – foi assim no Conselho do Huap e nas reuniões com diretores de unidade, por exemplo.

Esse quadro se repete nos meios de comunicação oficiais – ou nem tão oficiais assim – controlados pela administração central. Apesar de toda a potencialidade de instrumentos como um portal na internet, não há espaço ali para o posicionamento crítico à adesão à empresa, criada por medida provisória pelo presidente Lula no último dia de seu governo, véspera das comemorações de ano novo.

O jornal impresso da Reitoria também abordou o assunto, mas igualmente se limitou a promover supostos aspectos positivos de uma eventual adesão à Ebserh. Nem uma palavra sobre os problemas enfrentados por hospitais universitários de outros estados que já foram cedidos à Ebserh, mas seguem vendo o quadro de funcionamento se agravar. É o caso, por exemplo, do HU da Universidade Federal do Ceará, onde a própria superintendência daquela filial da Ebserh divulgou nota comunicando a suspensão de até 50% das cirurgias eletivas e de outros serviços.

Há ainda um panfleto frente e verso mal identificado, assinado genericamente como UFF, que circula pela universidade em grande quantidade e se dedica unicamente a defender a empresa – que, embora estatal, é de direito privado e tem fins lucrativos. Impresso em papel colorido de alta qualidade, não identifica que setor da universidade foi responsável por ele (a indícios que foi a Reitoria, mas não há confirmação disso) e muito menos com que recursos foi produzido – da universidade ou da empresa. Esta, aliás, é uma pergunta que está no ar e que ganha contornos mais relevantes ainda quando se sabe que, por conta dos cortes orçamentários impostos pelo governo, alguns cursos estão sendo obrigados a informar à comunidade universitária que faltará papel higiênico nos banheiros.

Também não se sabe qual raciocínio levou a se produzir um material supostamente oficial da universidade, ambiente dedicado ao estudo e à reflexão, sem espaço para que outras compreensões a respeito desse tema pudessem se manifestar.

Muitos se perguntam o que faz a direção central da universidade falar em democracia quando tenta pautar um ‘debate’ de uma nota só, utilizando os meios e recursos oficiais da universidade – sem que isso tenha passado por qualquer discussão ou deliberação do CUV ou de outro conselho deliberativo da UFF.

Também provoca indagações entender o que levou a Reitoria e a direção do Huap, que em entrevistas recentes ao Jornal da Aduff se recusaram a falar sobre a Ebserh, alegando não ter posição sobre o assunto, a se tornarem em poucos meses as maiores defensoras da cessão do hospital e de sua aprovação às pressas e sem debate. Isso quando até eles reconhecem, opinião compartilhada por todos os lados dessa história, que se está diante de uma decisão de relevância ímpar para o futuro do Hospital Universitário Antonio Pedro e da própria Universidade Federal Fluminense.

DA REDAÇÃO DA ADUFF

O Sarau de Verão “O Encontro de Palas Atena e Iemanjá” acontece na próxima terça (2), no gramado ao lado da Biblioteca Central, no campus do Gragoatá, entre 17h e 22h. A Aduff-SSind apoia a iniciativa e convida a comunidade acadêmica a participar.
Assim como ocorreu na primeira edição, o Sarau do Mar de Tethis, professores e estudantes da UFF esperam por um final de tarde agradável e reflexivo, promovendo rodas de poesias, ciranda, música e outras manifestações artísticas.
Acesse a página do evento no Facebook - https://www.facebook.com/events/1499167110390383/

DA REDAÇÃO DA ADUFF
Terceiro ato contra o aumento das passagens reúne cerca de 400 manifestantes, no fim de tarde desta terça-feira (26), no Centro do Rio.
Os manifestantes saíram da Candelária e foram até a Cinelândia, gritando palavras de ordem contra o aumento das tarifas dos transportes públicos. Ato seguiu pacífico. Plenária nesta quinta (28), às 18h, no IFCS, definirá próximos passos do movimento.

Houve revista de manifestantes no início do ato, mas a manifestação seguiu sem repressão.

Os três segmentos universitários se uniram nos atos contra a Ebserh e em defesa da democracia interna na UFF; mobilização vai continuar, afirmam sindicatos

DA REDAÇÃO DA ADUFF
Por Aline Pereira, Hélcio Lourenço Filho e Niara Aureliano

Fotos: Ato na Praia Vermelha, passeata e concentração em frente à Reitoria na quarta (27) – crédito: Luiz Fernando Nabuco

“Nem por email, nem pelo You Tube: a Ebserh não passa aqui na UFF”. Essa era uma das palavras de ordem dos manifestantes que marcharam do campus da Praia Vermelha até os jardins da Reitoria, na manhã de ontem (quarta-feira, dia 27), após a sessão do Conselho Universitário da instituição ter sido suspensa por falta de quórum. Enquanto se posicionavam contra as tentativas de privatização do Hospital Universitário Antônio Pedro, os sindicatos e os manifestantes não sabiam que a Justiça já havia deferido liminar, natarde da terça (26), suspendendo os efeitos da votação por email promovida, na semana passada, pelo diretor-geral do Hospital Universitário Antonio Pedro, Tarcísio Rivello. De forma considerada antirregimental, avaliação acatada pelo juízo, o Conselho Deliberativo indicou a adesão à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares. A liminar obtida na véspera, em ação movida pela Aduff-SSind atendendo a um grupo de conselheiros, determina a imediata comunicação da decisão do juiz ao reitor, Sidney Mello. Os pró-reitores Túlio Franco (Progepe) e Neliton Ventura (Proad) estiveram na Praia Vermelha, mas não se sabe se eles já haviam tomado conhecimento do mandado de segurança. Após o ato na Praia Vermelha, técnicos-administrativos, estudantes e alguns professores ocuparam os jardins da Reitoria para protestarcontra a Ebserh e exigir maior democracia na Universidade. A comunidade acadêmica questiona a metodologia adotada pela administração superior, que não tem medido esforços para entregar a gestão do Huap a essa empresa de capital privado, criticada nas instituições federais com as quais firmou convênio, entre elas as universidades de Santa Maria, Pelotas e Ceará.

Solidariedade

Parlamentares e servidores de outras instituições, como a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e a Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio) estiveram presentes no ato, solidarizando-se com a luta da comunidade acadêmica da UFF. Marcelo Silva, técnico-administrativo na UniRio, lembrou o processo‘ditatorial e truculento’ que levou à cessão do Hospital Gaffrée e Guinle à Ebserh, ao final de 2015. “A UniRio aderiu a esse modelo de gestão de forma violenta, sem que o Conselho Universitário tivesse deliberado sobre o assunto. Ela não resolve todos os problemas na área de saúde; somente os aprofunda e é isso que tem acontecido nas unidades que firmaram esse tipo de convênio”, criticou.O estudante Gustavo Fagundes, da Escola de Serviço Social, destacou que a unidade com os técnicos-administrativos e os professores deve pautar essa mobilização. “Os três segmentos da universidade continuam em diálogo e preparados para qualquer manobra da Reitoria, seja as que tentaram fazer o CUV fora da universidade ou as canetadas do reitor”, disse à reportagem, ao defender a continuidade do movimento e a campanha pela realização de um plebiscito, para que toda a comunidade acadêmica possa se posicionar sobre o tema. A professora Claudia March, do Instituto de Saúde da Comunidade, criticou a reitoria da UFF e disse que a pressão feita pelos gestores para que os hospitais federais sejam administrados pela Ebserh deve ser compreendido dentro de uma lógica de privatização dos serviços públicos essenciais, como saúde e educação, que mercantilizam a vida.

Passeata saiu da Geociências e foi à Reitoria, na quarta-feira (27) - crédito: Luiz Fernando Nabuco

Ação foi movida pelo Jurídico da Aduff-SSind, atendendo a conselheiros que questionaram método antirregimental utilizado no Conselho Deliberativo para definir posição sobre a Ebserh

DA REDAÇÃO DA ADUFF
Por Hélcio Lourenço Filho e Aline Pereira

A Justiça Federal deferiu liminar suspendendo os efeitos da votação por email promovida, na semana passada, pelo diretor-geral do Hospital Universitário Antonio Pedro, Tarcísio Rivello, para definir a posição do Conselho Deliberativo (CD), que indicou a cessão da unidade à Ebserh.

A decisão do juiz José Carlos da Silva Garcia, da 5ª Vara Federal de Niterói, saiu na terça-feira (26), véspera da reunião do Conselho Universitário que poderia apreciar a indicação do CD e que acabou não ocorrendo por falta de quórum. A Reitoria nitidamente articulou o esvaziamento da reunião, que se realizaria em meio a um protesto que aglutinou estudantes, técnicos-administrativos e professores, no campus da Praia Vermelha.

A Aduff-SSind e as demais entidades sindicais só tomaram conhecimento da decisão nesta quarta-feira (27), mas é provável que o reitor da UFF, Sidney Mello, tenha sido comunicado da medida judicial ainda na terça-feira, como determinou o juiz na liminar. A Reitoria, porém, não divulgou a informação, tampouco o fez o professor Heitor, decano do Conselho Universitário, que, no intervalo de quinze minutos, abriu e suspendeu a reunião do CUV na manhã desta quarta.

A decisão do juiz foi dada em mandado de segurança impetrado pelo Jurídico da Aduff-SSind, que foi procurado por um grupo de conselheiros inconformados com a metodologia antirregimental adotada no Conselho Deliberativo para aprovar a cessão do hospital universitário à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares. A liminar não proíbe o CUV de analisar e deliberar sobre a questão, mas anula, provisoriamente, até a decisão definitiva, o caráter oficial da votação no Conselho Deliberativo – e determina que o Conselho Universitário não considere o resultado da votação.

Os métodos usados pela Reitoria para aprovar a Ebserh na UFF têm sido questionados pelos sindicatos e pela comunidade acadêmica. O movimento contra a adesão à empresa cresceu nas últimas semanas e ganhou um caráter mais amplo, de defesa também da democracia interna na UFF. A Aduff-SSind defende a busca de alternativas que mantenham a gestão pública, a autonomia e impeçam a transformação do Hospital Universitário Antonio Pedro em uma filial da Ebserh.

Ato na Praia Vermelha, nesta quarta (27) - crédito: Luiz Fernando Nabuco/Aduff

DA REDAÇÃO DA ADUFF

A sessão do Conselho Universitário da UFF marcada para a manhã desta quarta-feira (27) foi suspensa por falta de quórum. Ficou claro que a Reitoria articulou o boicote à reunião.

Estudantes, técnicos-administrativos e professores se concentraram desde o início da manhã em frente ao auditório da Geociências, na Praia Vermelha, para acompanhar a sessão do Conselho Universitário (CUV), no qual a cessão ou não do Hospital Universitário Antonio Pedro (Huap) poderia entrar em pauta.

A reunião estava marcada para começar às 9 horas. Às 9h15min o decano do CUV, professor aposentado Heitor, comunicou que a sessão estava encerrada por falta de quórum.

Na área externa ao auditório, a comunidade universitária protagonizou ato que contestava a tentativa da Reitoria de impor a Ebserh a todo custo, inclusive com a polêmica votação da posição do Conselho Deliberativo do Huap por e-mail, o que contraria o regimento interno e foi denunciado como ilegal e arbitrária. “Nem por email, nem pelo You Tube a Ebserh não passa aqui na UFF”, cantavam os manifestantes, que foram em passeata até a Reitoria, em Icaraí.

Estudante, técnico e docente criticam tentativa de aprovar Ebserh por e-mail e convocam ato no CUV desta quarta (27); estudantes defendem plebiscito

DA REDAÇÃO DA ADUFF
Por Niara Aureliano
Foto: Ato em frente à Procuradoria Federal, onde o diretor do Huap e a Reitoria tentaram realizar a reunião de portas fechadas do Conselho Deliberativo – Luiz Fernando Nabuco/Aduff

Indignados com a tentativa do reitor da UFF, Sidney Mello, e do diretor do Hospital Universitário Antônio Pedro (Huap), Tarcísio Rivello, de indicar a adesão à gestão da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) em votação realizada por e-mail, a comunidade universitária prepara ato no Conselho Universitário (CUV), às 8h, nesta quarta (27), e deixa claro: aprovar a privatização do Huap por e-mail é antidemocrático, autoritário e ilegal. Votação por e-mail foge do definido no regimento da universidade, que diz que decisões deste porte sejam debatidas e votadas em reuniões presenciais.
Para o técnico-administrativo Gabriel Barbosa, aprovar a Ebserh por cima dos fóruns apontados no regimento interno da UFF e sem reuniões com a comunidade acadêmica é antidemocrático. "Não se pode tomar decisões deste porte por e-mail. A privatização de um hospital não pode ser definida por e-mail". Para ele, a ação da Reitoria e da direção do Huap é uma manobra para aprovar a Ebserh a qualquer custo, inclusive se negando a debater com a comunidade. "Com certeza é uma manobra, tudo por baixo dos panos, escondido, tentaram fazer reunião fora da universidade, a portas fechadas, para proibir que a comunidade acadêmica participasse. Com certeza privatizar não é o interesse da comunidade acadêmica", afirma.
Para o estudante de Serviço Social Gustavo Fagundes, a medida correta seria iniciar um amplo debate com toda a comunidade acadêmica e os usuários do Huap – a quem a privatização deverá afetar em grau maior, face as denúncias de redução de serviços e de queda na qualidade de insumos. Os estudantes defendem a realização de um plebiscito.
"O correto seria ampliar o debate para o conjunto da comunidade acadêmica e também com os usuários espalhados nos sete municípios que o hospital atende. Queremos que a partir de um longo e amplo debate, seja votado qual o destino do hospital; o plebiscito seria a melhor decisão nesse momento sobre a adesão ou não. O ato será uma resposta, estamos tentando mobilizar ao máximo junto aos técnicos e aos docentes, para conseguir discutir com os conselheiros e com o reitor, que essa votação por e-mail seja ignorada", comenta o estudante.
Renata Vereza, presidente da Aduff-SSind, espera que o resultado da votação seja descartado, já que configura ato ilegal, descumprindo o regimento interno da universidade. Para Renata, a votação online é claramente um subterfúgio da Reitoria e da direção do Huap para forçar a entrega do hospital à Ebserh. "Esse tipo de medida parece desespero para aprovar algo que é claramente ruim para a universidade. A medida é um subterfúgio para aprovar o que não é positivo para a comunidade acadêmica e para o hospital", conclui.
Haverá paralisação dos técnicos-administrativos na manhã desta quarta (27) na universidade, para  reforçar a mobilização contra a entrega do hospital à empresa.

Professor Palharini teve negado direito previsto no regimento na reunião conjunta das Câmaras especializadas; "Passo por cima de qualquer coisa", disse representante da Reitoria ao responder a questionamentos

DA REDAÇÃO DA ADUFF
Por Hélcio Lourenço Filho e Aline Pereira

Foto: foto: Tarcísio, diretor do Huap, diante do ato na Procuradoria Federal - foto: Luiz Fernando Nabuco/Aduff-SSind

O professor e conselheiro do Conselho Universitário (CUV) Francisco Palharini teve negado, na tarde desta terça-feira (26), o direito regimental de pedir vistas ao processo que entrega a gestão do Hospital Universitário Antonio Pedro à Ebserh. O professor Cresus Vinicius Depes de Gouvêa, que presidia a reunião conjunta das Câmaras Especializadas do Conselho do Universitário, não atendeu ao pedido de vistas.

Ele pôs em votação a urgência do tema e, em seguida, a sua aprovação para envio à sessão do conselho, novamente se negando a acatar ao pedido de vistas. “As câmaras especializadas estão se reunindo porque têm urgência o processo. Tem urgência e eu quero votar essa urgência. Aqueles que concordam permaneçam do jeito que está”, disse.

Ao responder a servidores que questionavam o desrespeito ao artigo do regimento que assegura o direito ao pedido de vistas, Cresus disse que eles não podiam falar, que estavam ali porque ele consentira e que passaria por cima do que quisesse, mas eles não teriam direito a voz. “Passo por cima de qualquer coisa mas vocês não podem falar, eu sou o presidente da Câmara”, disse.

Após se abster, Palharini fez uma declaração de voto questionando tanto o que ocorrera ali, quanto a votação por email promovido pelo diretor-geral do Huap, Tarcísio Rivelli, para aprovar no Conselho Deliberativo do hospital a proposta de cessão da unidade à Ebserh.  “Essas câmaras estão cometendo um erro muito grave, elas estão rasgando nossos dispositivos legais, excluiu pessoas de sua convocação, intencionalmente ou não. São pessoas que ficaram privadas de emitir o seu parecer. Aqui a gente assistiu à negação a um direito previsto [em artigo] do regimento interno do Conselho Universitário”, disse o diretor do Instituto de Psicologia.

Ele criticou a pressa da Reitoria em decidir sobre a Ebserh e disse que o método que se está aplicando deixará sequelas e definha a democracia interna na UFF. “Acho que essa forma açodada cria prejuízos para a vida institucional daqui para frente. Ela amplia a radicalidade dentro da universidade, ela justifica o outro lado de agir também com radicalidade, que era justamente o que eu queria evitar. Acho que isso tudo está levando a um definhamento da democracia na nossa universidade”, criticou.

Por fim, disse que isso acirrará os ânimos e que sua intenção era se colocar ao lado da institucionalidade para garantir todas as votações que fossem necessárias. “Prevaleceu aqui hoje de se negligenciar o estatuto, de se negligenciar a própria resolução do hospital que estabelece que a reunião se dá com a presença de seus membros. Lamento, Sr. Presidente, sempre tive pelo senhor o maior apreço, e tenho ainda, mas negar o direito em vistas numa reunião de Câmara é para mim inusitado. Eu lamento pelo que aconteceu, vejo com tristeza o futuro da universidade se persistir esse tipo de política”, finalizou.

As ações da Reitoria para forçar a aprovação da Ebserh a qualquer custo vêm refletindo negativamente na comunidade acadêmica. Todos – estudantes, técnicos-administrativos e docentes – estão sendo convocados para estar nesta quarta-feira (27), a partir das 8 horas da manhã, para ato público que se realizará antes da reunião do Conselho Universitário, marcada para a Geociências, na Praia Vermelha. A sessão está prevista para começar às 10 horas. Na avaliação de Renata Vereza, presidente da Aduff-SSind, a mobilização não é mais restrita à Ebserh e à situação do Huap, mas vai além dessas importantes questões: é também de repúdio às práticas antidemocráticas e envolve o futuro da democracia interna na UFF.

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