Out
28
2016

Estudantes da UFF ocupam Escola de Serviço Social em Niterói e Instituto de Humanidades e Saúde em Rio das Ostras

DA REDAÇÃO DA ADUFF

Na noite de ontem (27), estudantes da Universidade Federal Fluminense (UFF) ocuparam o prédio da Escola de Serviço Social, em Niterói, e o prédio do Instituto de Humanidades e Saúde, em Rio das Ostras. As ocupações aconteceram no mesmo dia em que o STF (Supremo Tribunal federal) decidiu, por 6 votos a 4, que o poder público deve cortar os salários de servidores em greve.

Em manifesto, os estudantes da Escola de Serviço Social, em Niterói, afirmam que a ocupação é “contra as medidas do governo ilegítimo de Michel Temer como a PEC 241, a PEC 45, a reforma do ensino médio e demais medidas que compõem o ajuste fiscal e corroboram com a flexibilização das leis trabalhistas e a precarização dos serviços públicos, como educação, saúde, assistência e previdência”. O documento convoca os demais estudantes da UFF, centros e diretórios acadêmicos a fortalecerem a luta contra os retrocessos, rumo à ocupação de todas as escolas, institutos, polos e campi “em defesa da educação pública, gratuita, laica, negra, feminista, lgbt, de qualidade”.

Para Ísis Brasil, estudante de Serviço Social e integrante da atual gestão do Diretório Acadêmico do curso em Niterói, a mobilização é uma forma de dar início a uma onda de ocupações na UFF. Ela lembra que a Universidade Federal Fluminense foi declarada a maior universidade do Brasil e a Escola de Serviço Social em Niterói é a maior da América Latina, assim como o Diretório Central dos Estudantes (DCE) da universidade.

“É importante que a gente consiga se inserir nesse movimento nacional, inclusive para tocar pautas internas da UFF, como, por exemplo, a assistência estudantil que é muito importante para os alunos que estão na universidade e que corre sérios riscos se a PEC 241 for aprovada”, ressalta.

“É uma grata surpresa ver nossos alunos reagirem ao projeto de emenda constitucional que vai atingir toda a população, em especial a população mais pobre, diminuindo ainda mais os serviços públicos como saúde e educação”, afirma a professora do curso de Serviço Social da UFF em Niterói e presidente do ANDES-SN, Eblin Farage. Farage declarou apoio às ocupações estudantis na UFF e em todas as universidades e escolas do Brasil.

“Para nós professores é um ânimo, especialmente num dia que o STF julga e afirma que funcionário público não pode mais fazer greve, porque se fizer vai ter seu ponto cortado. Esse é o momento de a gente unir todas as forças e todos os segmentos; é fundamental mostrar para esse governo e para essa justiça que compactua com o projeto do capital de destruição dos serviços públicos que a gente vai resistir e a gente vai resistir de forma organizada e articulada”, finaliza.

De acordo com levantamento da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), pelo menos 1.108 instituições de ensino estão ocupadas por estudantes, em 19 Estados e no Distrito Federal. Além das escolas e institutos federais, 82 universidades também sediam ocupações.

Texto: Lara Abib
Foto: Laila Domith