Out
25
2016

Manifestação no Rio reúne trabalhadores e estudantes contra PEC 241

Protesto nesta segunda (24) levou cerca de sete mil pessoas ao Centro do Rio; estudantes, técnicos-administrativos e docentes da UFF participaram

DA REDAÇÃO DA ADUFF

O Centro do Rio voltou a ser ocupado por manifestantes contrários à PEC 241/2016. Cerca de sete mil pessoas, na avaliação da reportagem, participaram do ato público realizado na noite desta segunda-feira (24).

O início da manifestação foi na Candelária, de onde trabalhadores e estudantes saíram em passeata por volta das 18h20min. Movimentos sociais, como o MTST, e partidos políticos da esquerda também participaram do ato contra a proposta de emenda constitucional que congela o orçamento dos serviços públicos por 20 anos. A passeata foi encerrada com ato público na praça da Cinelândia, onde representantes das organizações se revezaram em discursos.
Docentes, técnicos-administrativos e estudantes da UFF compareceram ao protesto, que integra campanha nacional que tenta impedir a aprovação da proposta de emenda constitucional enviada pelo presidente Michel Temer ao Congresso Nacional.

A PEC 241 já foi aprovada em primeiro turno na Câmara dos Deputados e terá que passar por nova votação para que seja remetida ao Senado Federal. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que tentará votar a proposta em segundo turno nesta terça-feira (25). Manifestações estavam previstas para acontecer em diversas cidades do país, nesta segunda e na terça-feira (25), contra o que foi denominado pelos opositores de 'PEC do fim do mundo'.

Os impactos em áreas como saúde e educação são apontados como 'catastróficos' pelos manifestantes. O movimento ganhou força nos últimos dias e já há quem avalie que está conseguindo desmontar o discurso do governo de que a proposta busca equilibrar as finanças públicas. "As articulações e mobilizações que os trabalhadores estão fazendo está dando resultado. E a população em geral percebe que a PEC não tem nenhuma relação com o que está sendo divulgado, de que seria um ajuste nas contas necessário, mas um ataque a setores como educação e saúde", avaliou o professor Claudio Ribeiro, presidente da regional no Rio de Janeiro do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-RJ). "Mas isso tem que crescer ainda mais, porque essa luta vai ser longa", ressaltou.

Para o também professor Gustavo Gomes, presidente da Aduff-SSind, há um nítido crescimento do movimento contra a PEC 241 e demais projetos do governo, tanto nas ruas quanto na UFF, onde a comunidade acadêmica sente os efeitos desse 'ajuste' nos cortes de bolsas e no funcionamento da própria universidade. "Esse ato mostra que o movimento tende a crescer e mostra para o governo que, independente do resultado [dessa votação] no Congresso, não vai ser fácil aprovar as reformas", disse.

DA REDAÇÃO DA ADUFF
Por Hélcio Lourenço Filho
Fotos: Passeata no Centro do Rio contra a PEC 241 nesta segunda (24) – Luiz Fernando Nabuco