Set
30
2016

Paralisação em Rio das Ostras contou com adesão dos três segmentos

Por Lara Abib
FOTO: Zulmair Rocha

DA REDAÇÃO DA ADUFF

O Dia Nacional de Protestos e Paralisações, realizado nesta quinta-feira (29) por diversas categorias do funcionalismo público e da iniciativa privada no país, contou com grande adesão da comunidade universitária da UFF de Rio das Ostras. Docente e técnico-administrativos aderiram à paralisação, com o apoio dos estudantes. Setores administrativos da universidade - como as direções de unidade e os colegiados de curso - acataram a deliberação das assembleias das duas categorias e também pararam. A data integra um calendário de lutas nacionais em defesa dos serviços públicos e contra a retirada de direitos e faz parte da tentativa de construção de uma greve geral no país contra um conjunto de medidas do governo ilegítimo de Michel Temer e do Congresso Nacional.

Pela manhã, docentes e estudantes organizaram um café-da-manhã na unidade. À tarde, debateram a conjuntura do país e os recentes ataques à Educação e aos serviços públicos, como a PEC 241; a PLP 257 (atual PLC 54/16); o Projeto Escola Sem Partido e a Medida Provisória 746/16. A última impõe uma contrarreforma ao Ensino Médio e estabelece, entre outras medidas, a não obrigatoriedade do ensino de algumas disciplinas como artes, filosofia, sociologia e educação física. Além da participação da comunidade universitária, os debates contaram com a presença de estudantes secundaristas e de representantes do SEPE de Rio das Ostras.

“A gente está apreensivo com a possibilidade real de novos cortes de verbas. Os dois institutos já sofrem com cortes drásticos, o que dificulta a manutenção e a viabilidade da universidade”, ressalta o diretor da Aduff-SSind e professor do curso de Serviço Social da UFF-Rio das Ostras, Edson Teixeira. Edson conta que o prédio Multiuso, que em 2016 fez ‘aniversário’ de dois anos fechado está, finalmente, funcionando. O Instituto de Ciências e Tecnologia de Rio das Ostras ocupa o espaço, que por falta de um transformador, ainda não opera com capacidade plena. O prédio Multiuso que deveria ter sido entregue desde 2012 foi interditado pela própria Reitoria após sua inauguração, em 2014, por problemas estruturais.

“Houve uma melhora muito tímida. A biblioteca foi reaberta no prédio Multiuso nesta segunda (26), o ar-refrigerado do auditório voltou a funcionar, mas diante da demanda que existe para atender com qualidade e realizar ensino, pesquisa e extensão em Rio das Ostras, é uma melhora realmente muito tímida. Mesmo com os dois prédios funcionando os contêineres continuam. Tudo mudou para continuar na mesma, a sensação que a gente tem é essa. Isso mostra que a demanda é muito maior do que aquilo que já foi conquistado e reflete esse quadro estrutural de ataque aos direitos e a falta de verbas para a Educação. Informações que a gente tem é que foi feita uma reunião com os chefes de departamento e teria sido dito que não haverá concurso para docentes esse ano. E ao que tudo indica, se a PEC 241 for aprovada, não haverá mais concurso público no Brasil. Diante desse quadro, é urgente construir unidade, apesar das nossas divergências internas e externas, para barrar o desmonte da universidade púbica e dos serviços públicos como um todo”, finaliza o professor