No dia anterior, ao início do julgamento, 3 de abril, a mídia, em especial o “Jornal Nacional”, dedicou boa parte de sua edição para acintosamente pressionar os ministros daquele tribunal, concluindo com a leitura da manifestação pelas redes sociais do comandante do Exército, que alertava para o fato de que o aparato repressivo do Estado burguês estava atento e que julgava “compartilhar o anseio de todos os cidadãos de bem e de repúdio à impunidade”.

Em que pese toda a crítica ao projeto de conciliação de interesses de classes que caracterizou os governos de frente popular, a prisão de Lula representa um aprofundamento do golpe jurídico-midiático-parlamentar inicializado em 2016 com o impeachment, colocando em xeque e desrespeitando a vontade popular e manipulando o cenário e o jogo político para atender aos interesses das classes dominantes.

A rapidez incomum no julgamento desde a primeira instância e de todos os recursos no TRF da 4ª Região e no Superior Tribunal de Justiça, evidencia a manobra, por cima da Constituição, para retirar Lula da disputa eleitoral e atacar e criminalizar os movimentos sociais deste país que resistem em defesa de seus direitos.

Cabe à classe trabalhadora, neste momento de duros ataques à democracia, já muito limitada, repudiar essa medida e engrossar as fileiras da luta contra o fascismo, contra as ameaças às garantias fundamentais contidas na Constituição e contra todos os retrocessos: em defesa das conquistas e direitos da classe trabalhadora.

Diretoria da Aduff-SSind

Niterói, 5 de abril de 2018